sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Elegia a Ausência

Foto do vídeo Elegia a Vida (André Scucato e Cristina Pinheiro)


            A metáfora do beijo presa ao silêncio do tempo
            Retrato destilado e consumido das velhas horas
            Senhoras que tecem areias escolhidas ao vento
            E, com mãos de mar, vão e vem tecendo rosas   
            Pétalas de ausências esparsas na memória
            Sempre que a essência do homem, esquecemos
           
            Se extinto a vista mas bem visto ao peito                         
            Guarda a rima rara que é esta lembrança
            Tendo depois que finda a vida, o efeito
            De discorrer em variados tons a esperança
            Valsando ao som da música o antigo ritmo
            Nos novos passos de dançar conforme a dança
               
            Sê,  a árdua vida se tornar quimeras
            Empresta-me o papel, a tinta e a pena
            Que as minhas únicas armas são estas       
            Escrever ao corpo o que o amor sustenta
            Hei de acabar assim com o triste fardo
            Ao dar  sentido ao verso e ao poema

           Não resgata o tempo o que a escrita rouba
           E adorna em sua linhas metáforas extintas       
           Da tinta que compõe o verso que já foi embora
           No traço riscado que ao lembrar, consista               
           Mostrando a forma que não mais se encontra
           Mas não perdendo o motivo pelo qual exista.   
               
                                                         André Scucato
                      

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