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Foto do vídeo Elegia a Vida (André Scucato e Cristina Pinheiro) |
A metáfora do beijo presa ao silêncio do tempo
Retrato destilado e consumido das velhas horas
Senhoras que tecem areias escolhidas ao vento
E, com mãos de mar, vão e vem tecendo rosas
Pétalas de ausências esparsas na memória
Sempre que a essência do homem, esquecemos
Se extinto a vista mas bem visto ao peito
Guarda a rima rara que é esta lembrança
Tendo depois que finda a vida, o efeito
De discorrer em variados tons a esperança
Valsando ao som da música o antigo ritmo
Nos novos passos de dançar conforme a dança
Sê, a árdua vida se tornar quimeras
Empresta-me o papel, a tinta e a pena
Que as minhas únicas armas são estas
Escrever ao corpo o que o amor sustenta
Hei de acabar assim com o triste fardo
Ao dar sentido ao verso e ao poema
Não resgata o tempo o que a escrita rouba
E adorna em sua linhas metáforas extintas
Da tinta que compõe o verso que já foi embora
No traço riscado que ao lembrar, consista
Mostrando a forma que não mais se encontra
Mas não perdendo o motivo pelo qual exista.
André Scucato
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