tag:blogger.com,1999:blog-22824081975181561482024-03-05T13:39:18.569-08:00Retratos de um PoetaA Poética da Imagem e o texto, e o texto da Imagem.André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-28827682427307802232011-01-03T13:23:00.000-08:002011-01-03T13:39:03.206-08:00Páginas do Mundo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhy5as3Rrwdj68JP9Aj-iLIHvoMCDL-JynGim36K0F2Nu2bNh9qNvISkaJfxw3fZE5gCmPTTiyDgHgSHnCkIixm9GRLGvFIP8EixHg4MVryoC3Lxexafbfas6S7SqMKyFylyDd0dJ8UZg/s1600/paginas+do+mundo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div>Vem verso, ser mais uma palavra que compõe a história<br />
A palavra que orna, com seus olhos que traz mais a vida<br />
Lida, com os mistérios que a rotina esconde, e na hora<br />
Que lhe for devida, soletre e cante a estrofe do amor vivida <br />
<br />
Vem metáfora, no que se chama humano, personificada <br />
Em poucos passos, lentos e estabanados, escrever a narrativa<br />
E a cada dia, há de traçar os sons e transformá-los em palavras<br />
E com cada palavra, saberá como transformar seus dias<br />
<br />
Vem encanto, que o soneto vem cantando e que tardia<br />
Há descobrir os cantos que esse mundo vasto esconde<br />
Vem, safo, a correr pelas bordas de onde nasce o dia<br />
<br />
Caio ao mundo para escrever nas bordas do sol, seu nome<br />
E escrever com sentimentos as páginas do mundo e um dia<br />
Aprenderá a lê-las, escondidas nas bordas do horizonte....<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhy5as3Rrwdj68JP9Aj-iLIHvoMCDL-JynGim36K0F2Nu2bNh9qNvISkaJfxw3fZE5gCmPTTiyDgHgSHnCkIixm9GRLGvFIP8EixHg4MVryoC3Lxexafbfas6S7SqMKyFylyDd0dJ8UZg/s1600/paginas+do+mundo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div> André Scucato<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhy5as3Rrwdj68JP9Aj-iLIHvoMCDL-JynGim36K0F2Nu2bNh9qNvISkaJfxw3fZE5gCmPTTiyDgHgSHnCkIixm9GRLGvFIP8EixHg4MVryoC3Lxexafbfas6S7SqMKyFylyDd0dJ8UZg/s1600/paginas+do+mundo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhy5as3Rrwdj68JP9Aj-iLIHvoMCDL-JynGim36K0F2Nu2bNh9qNvISkaJfxw3fZE5gCmPTTiyDgHgSHnCkIixm9GRLGvFIP8EixHg4MVryoC3Lxexafbfas6S7SqMKyFylyDd0dJ8UZg/s400/paginas+do+mundo.jpg" width="400" /></a></div>André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-46599142871542586822010-12-31T07:28:00.000-08:002010-12-31T07:28:44.290-08:00Farfalho que somos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM35l8iArnm-dM_Ke2Gwlt1Ak4zrhFZku8mt39QaR2oACYFfMbUM5Qy0WtaEdHADZlkug5QK4DGXhEF55iFknbYOeMpWzqAz5LmtdA5ElldV4CDd3xpHhza9DGxFdKhYwBCyyNBxF79vFa/s1600/crisatravesdoespelho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM35l8iArnm-dM_Ke2Gwlt1Ak4zrhFZku8mt39QaR2oACYFfMbUM5Qy0WtaEdHADZlkug5QK4DGXhEF55iFknbYOeMpWzqAz5LmtdA5ElldV4CDd3xpHhza9DGxFdKhYwBCyyNBxF79vFa/s400/crisatravesdoespelho.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cristina Pinheiro no trabalho Campos de Fernando (montagem André Scucato)</td></tr>
</tbody></table>Sonatas vermelhas farfalham pontes diásporas<br />
Esquedacilham quinares cautelosos de sonhos<br />
Pomos fragata ânsia resgata fragâncias dasas <br />
Solfejam sonetos sentidos de ares que somos <br />
<br />
Seremos libertos dos sonhos para sonhar no ser<br />
Não ser do sonho esfinge que a realidade nega<br />
Escapar da realidade fornecidas em conservas <br />
Embaladas do texto a tela a urbanidade a te ver<br />
<br />
Arrancai da terra o fio da caixa que metáforas diz<br />
torcidas em fatos, fotos, fluxus na falaciedade <br />
Não assina ao asassinar e sim aciona a meretriz<br />
Contrariando a lei, a lógica, a legível realidade<br />
<br />
Tirésias somos e nos torce a angústica da safra<br />
Rasa de consciência que na humanitude desperta<br />
Depressa passa a tigela de vocábulos ao esteta<br />
Poeta cure a dor que causa uma palavra cruzada<br />
<br />
Sim em atas movimento as imagens dos sonhos<br />
pintam e tecem a metáfora que somos, alhures<br />
Em reino que da janela pode-se avistar abutres<br />
A beleza encontro no farfalhar de que somos.André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-84252824865558051502010-12-30T17:47:00.000-08:002010-12-30T17:47:05.959-08:00Baila Rima de GestosPara Cristina Pinheiro<br />
<br />
<br />
O Mundo é um sépio mudo tom incolor<br />
que a dança, gesta na sua rima de baile<br />
Se soubesses a pintura que fazes... <br />
No movimento de suas partituras de cor <br />
<br />
Em cada canto de um preto-e-branco <br />
Colore a Poesia que seus passos empresta<br />
Em cada caligrafia que sua dança gesta <br />
Nascem diversos Poemas-Crisântemos <br />
<br />
Da lira que faz esquecer do tempo o poeta <br />
Nestes variados tons dos desencontros<br />
A caligrafia de tua rima baila no encanto <br />
A residir na utopia sua esperança de espera<br />
<br />
Na sapatilha que faz o mundo girar<br />
desperta as musas de todas as notas<br />
Vai baile, baila rima de teus gestos agora <br />
que é hora de tons de lírios, sonhar....André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-1018638380735172412010-12-28T16:57:00.000-08:002010-12-28T17:15:26.935-08:00A dançarina de sonetos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEUgkqW2alfyX5LLoZ9hWp8HbOOxe4w1x1HirFYQ32hO1XeEpBQHlEXnGcbmQxSL9LnGL4gYQQs1ZLLBFpHyHEwJKUWamaqDtmx3k6Jp5XyzNLKIQ1Wyjp_OmvPdNscUgTWnp215YpOa5m/s1600/bailarina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEUgkqW2alfyX5LLoZ9hWp8HbOOxe4w1x1HirFYQ32hO1XeEpBQHlEXnGcbmQxSL9LnGL4gYQQs1ZLLBFpHyHEwJKUWamaqDtmx3k6Jp5XyzNLKIQ1Wyjp_OmvPdNscUgTWnp215YpOa5m/s1600/bailarina.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cristina Pinheiro Foto: André Scucato</td></tr>
</tbody></table> Era a personificação do movimento que a palavra transformava<br />
Um abandonado fraque ao sorrir sua beleza orquestrava poemas<br />
E com soturno nanquim sobre escrivaninha suspirava a pena <br />
A esculpir sonetos dançarinos fugidios da sombra tão calma<br />
<br />
E seguindo passos sobre concreto amarelas flores vangoghiavam <br />
A expressão impressionistas de seus movimentos de dançarinas <br />
E os risos das expressões de sombra se descobriam nas retinas <br />
Libertas nas sapatilhas que pelo assoalho as letras enviavam<br />
<br />
No salão das apaixonadas estrofres percorriam-se todos os ritmos<br />
E as metáforas todas, bailavam em valsas de sinestesias <br />
<br />
As metáforas bailavam como frases no encontro de dois artistas<br />
Ela, a encantar e a seduzir com seus movimentos o poeta <br />
E o poeta a se encantar com os sonetos de dançarinas.André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-78084117400844680562010-12-27T17:02:00.000-08:002010-12-27T17:40:53.980-08:00Amamos não as coisas, mas as palavras Amamos não as coisas, mas as palavras<br />
Estas que carregam do peso a incerteza<br />
Que fazem toda a vida uma metáfora<br />
Diásporas carregadas nos tons de letras<br />
<br />
Arqueologia de essências em descobertas<br />
Que atenção do ourives, esculpe os versos<br />
Que o ar estaciona em sons diversos <br />
Quando a pena atingiu do sentido a fresta<br />
<br />
No instante da página existe a lágrima<br />
E o triste memoreio de apenas lembranças<br />
Em meio a alguma linhas, palavras...<br />
Que embaralham-se em meio a tantas <br />
<br />
Aprisionadas em seu cárcere, memória<br />
Sussuram os seus múltiplos significados <br />
Que bordam lentamente os retratos<br />
Do passado que compõem mil histórias<br />
<br />
O que é capaz de mudar o tempo do homem ?<br />
Saber que amamos não as coisas, mas as palavras<br />
Que insistem em esconder-se atrás dos nomes...<br />
Máscaras de corpos que o sentido afaga...André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-50954778968909223292010-12-24T08:01:00.000-08:002011-01-03T13:40:33.134-08:00Elegia a Ausência<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoGmHQXwb-eqOVqTpfgdZdjKHrhv0xNoy1RNWtTUaeYeAVy0vSLYPq-wOGi_SNmIvcJjItSx09Aj5rZcry40hRvmjE_EzG6qvyV9TpSCFjUhVF04M-DrT_6EXVJqdnwCuOoxeS2xzj9kf0/s1600/elegiaaausencia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoGmHQXwb-eqOVqTpfgdZdjKHrhv0xNoy1RNWtTUaeYeAVy0vSLYPq-wOGi_SNmIvcJjItSx09Aj5rZcry40hRvmjE_EzG6qvyV9TpSCFjUhVF04M-DrT_6EXVJqdnwCuOoxeS2xzj9kf0/s400/elegiaaausencia.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do vídeo Elegia a Vida (André Scucato e Cristina Pinheiro)</td></tr>
</tbody></table><br />
<br />
A metáfora do beijo presa ao silêncio do tempo<br />
Retrato destilado e consumido das velhas horas<br />
Senhoras que tecem areias escolhidas ao vento <br />
E, com mãos de mar, vão e vem tecendo rosas <br />
Pétalas de ausências esparsas na memória<br />
Sempre que a essência do homem, esquecemos<br />
<br />
Se extinto a vista mas bem visto ao peito <br />
Guarda a rima rara que é esta lembrança<br />
Tendo depois que finda a vida, o efeito <br />
De discorrer em variados tons a esperança <br />
Valsando ao som da música o antigo ritmo<br />
Nos novos passos de dançar conforme a dança<br />
<br />
Sê, a árdua vida se tornar quimeras<br />
Empresta-me o papel, a tinta e a pena<br />
Que as minhas únicas armas são estas <br />
Escrever ao corpo o que o amor sustenta<br />
Hei de acabar assim com o triste fardo<br />
Ao dar sentido ao verso e ao poema<br />
<br />
Não resgata o tempo o que a escrita rouba<br />
E adorna em sua linhas metáforas extintas <br />
Da tinta que compõe o verso que já foi embora<br />
No traço riscado que ao lembrar, consista <br />
Mostrando a forma que não mais se encontra<br />
Mas não perdendo o motivo pelo qual exista. <br />
<br />
André Scucato<br />
André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-62396548079195974382010-12-23T12:56:00.000-08:002010-12-23T12:56:35.208-08:00Poemas que ChovemSou apaixonado por dias tristes. Eles me são. Os dias de sol possui a rotina do sol. Pontualmente burocrático. Não tira férias. Crê na utopia da justiça. As dias de chuva não. <br />
<br />
São descompassadamente belas. As folhas, no outono, cobrem a seca cor da terra, como se pinta o chão no outono para receber o caimento das folhas.<br />
<br />
Os dias de chuva, eles me são, um dilúvio de poemas embarcados em curvas de folhas d´águas que do céu despedançam-se ao solo. <br />
<br />
Não há como resistir a música da chuva quanto toca o chão.<br />
<br />
Nos dias que chovem as ruas de manhã vestem-se de noite e cores azuladas. Sobre o seu vestido de piche, tons fugidios das árvores deitam sua caligrafia de tinta. Ora adormecem, ora despertam, <br />
Coreograficamente. <br />
<br />
Quando chove, atamanham-se as poças de água onde embarcam metáforas em caravelas verdes, que ora adormecem, ora acordam, despertadas pelos ventos. <br />
<br />
Quando acordo de mim nos dias de chuva, acapoto-me de pensamentos, inquietantes inquilinos que não saem para trabalhar nos dias de chuva e fazem farra no prédio de minha razão. <br />
<br />
Os dias de chuva me são guarda-chuvas onde a natureza <br />
liquida metáforas.André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-2435315117202252772010-12-21T01:39:00.000-08:002010-12-21T01:40:40.728-08:00Em cena o quadro que a linguagem Habita e se apaixona<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>Texto em homenagem ao pintor Fernando Campos </b></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjumELqIEkqz3gZpOESmDpw2TXEWs-G3V7xWPZXWk5WpCunlPqHzCxEvsV25cfsEzc6KHb9Z8l3BgnX7g-vKEzF7VkccpBrjZqO8-8Mq9qFyiTK5PC3xt_Xzu56fNxW7TmRsrCYxByUonZi/s1600/Flordatela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjumELqIEkqz3gZpOESmDpw2TXEWs-G3V7xWPZXWk5WpCunlPqHzCxEvsV25cfsEzc6KHb9Z8l3BgnX7g-vKEzF7VkccpBrjZqO8-8Mq9qFyiTK5PC3xt_Xzu56fNxW7TmRsrCYxByUonZi/s400/Flordatela.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"> <b><span style="font-size: x-small;">Cena do Filme A Flor da Tela (Sobre a obra de Fernando Campos) Produção Cinema de Poesia</span></b></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> Todo quadro é um sonho que o artista vive. Todo viver é traço que o artista sonha. Da cor a luz o amor é beijo que se encena, a sinfonia que a dor assombra. Em cada canto uma referência lembra, o que mil e uma noites retiram da sombra. O Amor é o Beijo que em Klint soma, em Lautrec o desejo que a dançarina encena. Formas encorpadas por Botticceli amada ou simples mistérios de Mona Lisa. Quantas histórias a mão afaga nestas pinturas que se habita? Nestes diálogos que a mão desenha, nestes mil traços de poesia!<span id="goog_1924973070"></span><span id="goog_1924973071"></span><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Nos diga seus Campos poeta Fernando, nos faça ver por suas linhas, as danças passadas de mãos solitárias que da penumbra nos traz a vida. Recite belezas imaginárias que a retina a tela transforma. O quadro é palco e a personagem é viva, e todas as cores se transformam em notas. Respira o cabaret de tuas formas, deita o que a linguagem seduz, sou a musa que sua arte personifica, da criação a sua própria luz. Sou do desejo a arte e a tocha a imitação de mil vagalumes, sou o sabor de tuas doces horas, o caminho que tua arte conduz. O veneno e o antídoto de teu próprio bálsamo, a arquitetura que relicário reluz, o motivo pelo qual se existe, nas curvaturas de coreografias azuis. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> Pena que o humano não possa habitar nestes belos quadros, porém sacio da cor a beleza como a sede se sacia com o trago, como o afago que a saudade beija, na cintura de um belo retrato. Trago no extâse de minha loucura, na sutileza de mãos adornadas, toda a destreza de um simples toque, toda a paixão na tela deixada. Deixa nestas saias rodadas as formas de teu absinto, e retira de nós o abismo, em troca de jardim de metáforas. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> E a vós, personagens distantes, observa os diálogos invisíveis, os caminhos de misteriosas fontes, as linguagens dos quadros possíveis, que a narrativa de tua caligrafia esconde. Decifra, ame e habite, sofra, amadureça, se encante, declame.... Se o pintor o mundo recria, é que em cena no quadro habita a linguagem pelo qual se apaixone. </div>André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2282408197518156148.post-29306587462370130572010-12-20T13:15:00.000-08:002010-12-20T13:56:33.270-08:00As Naturais Considerações sobre a Poesia<div style="text-align: center;"><b>Assim define o poeta a diferença entre poema e poesia. </b></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O poema é o sussurro agitar das sombras, incitadas entre as ramificações dos galhos pelo sopro do movimento, sem corpo, espalhado pelo ar. É a sedimentação do solo, antes de depositada a poeira do tempo. É o contorno das esferas refletidas no interior da lágrima do orvalho em repouso suspenso da pétala. O instante do encontro em que o impacto de um grão de água extinta a sua narrativa, na dança de partículas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Não é a sensação da sede que virá por entre as fendas rasgadas da terra, nem ao menos o sofrimento do sentir que avança compondo futuros diversos imaginários. Não o diálogo que colhe palavras em esquinas de feiras que sorrateira esgueira como de um buraco a topeira que parece surgir de alguma solidão de espaço. Não é a constelação de girassol que acompanha Apolo em sua jornada diária, após o prenúncio da Aurora, nem a espuma do mar de amores. Nem a felicidade de um andarilho que fostes, a seguir seu destino pela humildade do acaso. Pois todos os detalhos poderiam amorfar-se em ruflar de pares e asas. Comove-se com o retalhes que se embalam na simplicidade da vista. Alegra-se com o sorriso desprendido de uma forma ingênua. Todas estas considerações não são poemas, é poesia. </div><div style="text-align: justify;"><br />
Os poemas são a essência, não pelo que forma, nem por sua forma, mas como matéria bruta que sedimenta o que será criatura. A poesia é o despertar autômata, provida de ânima, de energia, de possibilidades que podem espatifar de acordo com a direção do vento, do acorde de um pensamento, de uma cor agem a que se fia, um sabor do qual se alimenta do passado uma fatia, ou até mesmo um galho que agita a sombra adormecida ao solo. Os poemas são esses fios aparentemente invisíveis que são observados entre o pousar da ave em um galho e o movimento das sombras no chão. Os poemas se encontram na terra, bem como a poesia é encontrada nos ares. Quando a poesia se movimenta, modifica-se a forma do poema. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> Quanto aos sentidos, seguem os poemas em linhas, ao pares, a poesia aos seus destinos, triangulares. Ao traçares do poema a linha já sabes por onde caminha, e a poesia, pois é, ia, mas seguiu uma direção ao ter o tímpano encantado pelo timbre que alado alterou a silhueta do sentido quando o som alirou o ouvido. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> O poema tem o gosto de repetição enquanto a poesia tece figurinos diversos e atuações distintas para mesma palavra que habita e escreve histórias para diversos personagens. Os poemas; narração, poesia; narrativa. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> A sutil diferença entre poema e poesia não se identifica com a distinta semelhança entra amor e paixão, pois ambas são delegadas a categoria dos sentimentos. Aproximam-se, mas não se exatam com a falta de semelhança entre o tato e o olfato. Nem a tradição dos matemáticos que crêem em princípios já provados anteriormente em contradição aos filósofos ao reunir todas as linhas traçadas para arquitetar a origem dos conceitos e a sua forma de pensar, repensando-as. Nem equivale a ferocidade do abismo no qual existem o fogo e a água, pois apesar de constituírem-se em elementos primordiais, caminham pela total antítese na matéria de sua formação e destino. A sutil diferença entre poema e poesia, equivale-se na diferença entre o sabre e o sino. Ambos são formados do mesmo elemento, no entanto servem a própositos distintos. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> A semelhança sincera é o espaço de atuação, utilizadas na simetria coreográfica de dançarinos sobre o tablado. Dividem a mesma margem da inexistência que o poeta avista ao questionar a branca face do espelho que antecede o encontro que entalha a face do pensamento, quando o lápis desnuda a página, cobrindo a ingenuidade nua do abstrato com formas. São esculpidas no mesmo instante do beijo de um cinzel na superfície de um mámore; mas podem ter uma a forma do pensamento e a outra de elefante. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> Sobre a tatilidade outra consequência. Uma escorre entre os dedos quando segura, a outra escultura a sua presença. Quanto ao movimento, uma coreografia, a outra do mover se isenta. Quanto ao julgamento, uma é sentença, a outra setencia. Quanto a estrutura, uma obriga a forma, a outra a forma abriga. Assim define o poeta a diferença entre poema e poesia. </div><br />
<div style="text-align: right;"><br />
</div>André Scucatohttp://www.blogger.com/profile/17776934681457035274noreply@blogger.com2